Letra:
Construí um castelo de areia com água salgada e doces lembranças
Minha esperança é quem faz segurança, turistas e praias são minhas vizinhança
Me cansa essa dança de marionetes, gatos, periguetes, tão pouco na pauta.
Lembranças vazias e um copo cheio são o resultado dessa maré alta.
Guarda-sol, guarda-chuva, só falta o dinheiro que é usualmente escasso
Quem guarda o que ama tem porque viver e quem guarda rancor alimenta o cansaço
Preciso de espaço para ter conquistas, o fracasso não há de estragar a beleza
Minhas incertezas trato com frieza, franqueza nos muros desta fortaleza
A pureza ja foi corrompida, quem dera o problema só fosse comigo.
Amigos, família, dinheiro e uma mina, enquanto não chegam meus novos motivos
Passivo em meio a tantos ataques, prefiro o debate à competição.
São tantos empates e tantas derrotas, que não há justiça num só campeão.
To cansado de engabelação, é preciso verdade além da ciência
Estando ciente que boa vontade só tem eficácia com inteligência
Falácia, malácia, malícia, notícia, envolve polícia, ambulância, emergência
Com tanta arrogância, sobra petulância e areia nos bolsos dessa prepotência.
A carência de planos de vida se explica no rosto de adversidades
Tenho experiências de um patriarca junto às atitudes de um menor de idade.
Maconha, trabalho, vergonha, retalhos, são meias-verdades da decepção.
E com idéias sem pé na cabeça, acabo metendo os pés pelas mãos.
Confusão da divina comédia, poesia concreta em meio à fumaça
Em tempos que cobram por portas abertas, eu costumo abrir o coração de graça.
Toda trapaça gera consequência, tendo por tendência um motivo banal
Meu manual é de sobrevivência, pois vejo que estamos perto do final
Olhos abertos, carrego no olhar todo mal que fizera sem explicação
Legitimando o arrependimento, procuro mudança com base em ação
Contravenção não é crime em regime que usurpa ou compra sua liberdade
Se todos jogamos nesse mesmo time, porque é que são poucos que levam vantagem?
Sou selvagem na selva de pedra, parte da engrenagem e bagagem extra
Se é simbólica, oblíqua ou incógnita, ainda não deixa de ser uma orquestra
A chave mestra abre toda fresta, embora os palcos só tenham poeira
Barraco, favela, viela, puxado, centro, quebrada e castelos de areia.
